(The Treasure of the Sierra Madre)
Filmes Comentados #1
Dirigido por John Huston.
Elenco: Humphrey Bogart, Barton MacLane, Walter Huston, Tim Holt, Bruce Bennett e Alfonso Bedoya.
Roteiro: John Huston, baseado em romance de B. Traven.
Produção: Henry Blanke.
[Antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer que os filmes comentados não são críticas. Tratam-se apenas de impressões que tive sobre o filme, que divulgo por falta de tempo para escrever uma crítica completa e estruturada de todos os filmes que assisto. Gostaria de pedir que só leia estes comentários se já tiver assistido ao filme. Para fazer uma análise mais detalhada é necessário citar cenas importantes da trama].
– Divertido aventura sobre a exploração do ouro nas montanhas mexicanas, com uma dose de drama e boas atuações.
– A direção de John Huston conduz a narrativa com segurança, além de criar interessantes planos como aquele em que Dobbs dá uma gargalhada recheada de maldade e as chamas da fogueira o encobrem lentamente, simbolizando o momento diabólico que ele está vivendo.
– Interessante à forma como o roteiro de John Huston aborda o tema da ganância do ser humano e como a possibilidade de ficar rico revela a verdadeira face de cada pessoa.
– A atuação de Walter Huston (pai do diretor) é absolutamente maravilhosa como o velho Howard. Sua fala rápida, seus gestos, olhares e suas frases (mérito também do roteiro) roubam a cena. As gargalhadas (que hoje parecem exageradas) não prejudicam a grande atuação. E a dança do ouro é maravilhosa e muito divertida.
– Humphrey Bogart também tem uma grande atuação como o ambicioso Dobbs. Sua mudança ao longo da narrativa é evidente. À medida que se aproxima da fortuna ele se transforma em alguém cada vez mais perigoso e egoísta, e Bogart retrata muito bem esta mudança do personagem.
– O roteiro certamente é o destaque do filme, repleto de frases inteligentes e diálogos ágeis e deliciosos de ouvir.
– Impressionante também o excelente trabalho de direção de fotografia de Ted D. McCord, que consegue passar a sensação de um mundo árido, mesmo com a ausência das cores. Ele utiliza a luz para causar a sensação de um local bastante quente.
– A montagem oscila entre bons e maus momentos. O filme caminha num ritmo muito bom até a volta para a cidade. As seqüências do ataque ao trem, o acampamento, a exploração das minas de ouro e a resistência ao ataque dos mexicanos fluem com naturalidade. O problema está na longa seqüência com os índios, que poderia ser reduzida, já que é apenas um artifício do roteiro para deixar Dobbs e Curtin sozinhos.
– É curiosa, e até cômica, a calma do assassino mexicano na hora de sua execução.
– A irônica piada do final do filme revela a principal mensagem dele. Riqueza (ouro ou dinheiro) não é tudo na vida. É bom (e essencial) tê-lo, mas devemos ter cuidado com os perigos que a riqueza pode representar na mente de pessoas muito ambiciosas.
Texto publicado em 04 de Agosto de 2009 por Roberto Siqueira
Excelente comentário, Roberto…minhas impressões sobre este filme são as mesmas. Mas como eu gosto muito de fazer comparações entre um filme e outro, aproveito esta oportunidade para dizer que este trabalho de John Huston foi o primeiro filme que me impressionou com uma história sôbre delírio de cobiça e ambição, os outros foram a sensacional comédia “Deu A Louca no Mundo ” (1963) e o monumental western Três Homens em conflito”. Um grande abraço e obrigado.
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Valeu Francisco.
Abraço.
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